Vivemos um dia após o outro. Sabemos que hoje é o dia mais importante e mais especial. Contudo as experiências do passado fazem com que a visão do presente e do futuro seja distorcida de forma prejudicial a nós. Inúmeros paradigmas estão impregnados em nossa ideologia e nos nossos conceitos, fazendo com que discriminações sejam condicionadas, pois não nos desprendemos “disso” ou “daquilo”.
Fala-se em crise desde que tenho consciência de minha vida. Mas exponho que em muitos anos, várias pessoas prosperaram e tantas outras literalmente quebraram por causa dessa crise. Esperam que a solução do problema venha do presidente da república, do governador ou do prefeito, acreditam que sempre a culpa é de alguém. Mas esquecem que a crise está dentro de cada um de nós e que o grande problema está em nossa mente, naquilo que cremos e queremos.
Tudo está envolvido fielmente àquilo que pensamos e cremos. E a partir disso, temos que mudar as nossas atitudes e posturas perante qualquer situação, retirando qualquer tipo de rotulação que possa existir, para que possamos vislumbrar de maneira diferente tudo que nos cerca. Assim feito, a melhora será notória e conseqüente em nossa vida.
Nos encontramos em constante evolução. A cada dia, surgem tecnologias inovadoras e que nos deixam abismados com tais avanços. Os celulares cada vez menores, com inúmeros recursos outrora jamais imaginados, contudo, se compararmos a evolução dos telefones móveis com a de nossos conceitos, veremos que estamos muito aquém de onde deveríamos estar.
Um fato é verídico dentre todos os outros, se não ficarmos abertos a novos conceitos, maneiras novas de pensar, crescer, de nos planejar e organizar, assimilando-os e evoluindo-nos, chegaremos a um ponto tão crítico que será similar ao de morrermos.
Não obstante a forma com que queremos nossa vida, temos aquilo que chamamos de “juízo de valor”, ou seja, tudo aquilo que temos de conhecimento (bom ou ruim) de determinado assunto ou de determinada pessoa, é a idéia preconcebida que colocamos à realidade. É a forma com que vemos o mundo e os que nos cercam. É tudo aquilo que rotula e já está pré-estabelecido em nossas mentes, advindos de informações que recebemos no decorrer de nossa história, fazendo com que criemos um juízo de valor sobre determinado fato, pessoa ou situação.
Poderíamos exemplificar com inúmeros jargões alguns “juízos de valor” que já ouvimos milhões de vezes. Mas o que é primordial aqui é falarmos de como a mente trabalha e quais serão as maneiras de mudarmos, obtendo assim pensamentos renovados e flexíveis, no quais abrirão as portas para a criatividade.
Os juízos de valor são conhecidos no linguajar cotidiano como atitudes, convicções, tendências, valores, suposições, preconceitos, julgamentos, idéias preconcebidas, estereótipos ou ideologias. Nós sabemos que os juízos de valor são as nossas referências e os pontos de apoio. São fundamentais para a nossa vida e sem eles não haveria uma avaliação sensata ou inteligente de nossa parte.
O primeiro passo que devemos dar é excluirmos as conclusões rotineiras a que estamos acostumados. Depois teremos que conscientemente avaliar o quanto os juízos de valor têm condicionado nossa vivência através da experiência já vivida ou conhecida. Conseguiremos buscar, assim, visões alternativas antes de tomar qualquer atitude, de acordo com a situação que estamos vivendo.
“A verdadeira mágica da descoberta não está em buscar novas paisagens, mas em ver com novos olhos”. (Marcel Proust)