quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os Três Leões

               “Numa determinada floresta havia três leões. 
               Um dia o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma reunião com toda a bicharada da floresta e disse: - Nós, os animais, sabemos que o leão é o rei, mas há uma dúvida no ar: Existem três leões fortes. Ora, a qual deles devemos prestar nossa homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei? 
Os três leões souberam da reunião e comentaram entre si: - É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido, uma floresta não pode ter três reis, precisamos saber qual de nós será o escolhido. Mas como descobrir? 
Essa era a grande questão: Lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. 
O impasse estava formado. De novo, todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso. Depois de muito discutirem tiveram uma idéia excelente. O macaco se encontrou com os três felinos e contou o que haviam decidido: 
               - Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha Difícil. 
               - Montanha Difícil? Como assim? 
               - É simples, ponderou o macaco. Decidimos que vocês três deverão escalar a Montanha Difícil. O que atingir o pico primeiro será consagrado o rei dos reis. 
               A Montanha Difícil era a mais alta da região. 
               O desafio foi aceito. 
               No dia combinado, milhares de animais cercaram a Montanha Difícil para assistir a grande escalada.
               O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. 
               O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. 
               O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. 
               Os animais estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os três foram derrotados? 
Foi nesse momento que uma águia, idosa e sábia, pediu a palavra: - Eu sei quem deve ser o rei. 
Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa. 
               - Mas como a senhora sabe? Todos gritaram para a Águia. 
               - É simples, continuou a sábia águia, eu estava voando entre eles, bem de perto e, quando eles voltaram fracassados para o vale, eu escutei o que cada um deles disse para a montanha. 
               O primeiro leão disse: - Montanha, você me venceu! 
               O segundo leão disse: - Montanha, você me venceu! 
               O terceiro leão também disse que foi vencido, mas, com uma diferença. Ele olhou para sua dificuldade e disse:
               - Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final e eu ainda estou crescendo. 
               - A diferença, completou a águia, é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior que seu problema: é rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros.
Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente ao terceiro leão que foi coroado rei entre os reis. 
Nas derrotas diga:

- Fui vencido, por enquanto!

No dia a dia nos encontramos freqüentemente com “montanhas difíceis” e em algumas, não conseguimos alcançar o topo e somos dados como vencido. Devemos criar uma consciência de que mesmo vencido, estamos sempre em processo de crescimento muitas vezes mais rápido do que a situação propriamente dita.

Levarmos uma vida onde a nossa atitude já é vitoriosa faz com que os nossos problemas se tornem menores do que realmente são. Tomando uma dimensão na qual sua resolução fique mais tranqüila.

"O Otimista vê uma oportunidade em cada desastre, o pessimista vê um desastre em cada oportunidade”

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ela está certa ou errada?!?!?!

Li essa semana um artigo que me deixou intrigado. Judith Mair, uma publicitária alemã está disseminando uma proposta que vem de encontro com todos os grandes gurus de RH. Em seu livro Chega de Oba-Oba, ela quer banir a apologia do riso, do bom humor e de diversões no ambiente de trabalho.
Rigor, disciplina e nada de prazer no trabalho são as bases dessa escritora. Mair acredita que com os seus funcionários dedicando suas horas de trabalho unicamente ao trabalho, teriam mais tempo depois do expediente, evitando assim a conhecida jornada flexível ou até mesmo horas extras. Assim melhoraria a qualidade de vida de seus funcionários, fazendo sua empresa prosperar.
São revolucionárias as diretrizes de nossa amiga alemã. Mas se analisarmos friamente e nos questionarmos: será que ela tem razão? Será que ser refletirmos sobre alguma de suas regras, não daremos razão à “Guardiã da banalidade” (?).
Ela prega em sua agência que “Somos colegas de trabalho, e não amigos. Por isso, e-mails e conversas pessoais não devem tomar mais de cinco minutos”. Tenho questionando muito os relacionamentos dentro das empresas. Acredito que o excesso de liberdade, ou até mesmo um grau elevado de amizade entre empresários e colaboradores cria um clima em que as vidas profissionais e pessoais praticamente se fundem. Será que com este relacionamento tão “íntimo” quando precisarmos cobrar alguma meta ou postura, todos os envolvidos terão maturidade para separar os dois lados????
Outra máxima é a seguinte: “A vida particular de cada um, não nos interessa. Da mesma forma, desaconselham-se conversas sobre o trabalho fora do escritório”. Será que é realmente saudável sairmos de nosso ambiente de trabalho e irmos para o nosso “happy hour” e ainda continuarmos falando de trabalho? Ou, como alguns gurus afirmam: que são em ambientes de descontração que muitas vezes boas idéias e soluções aparecem. Quem tem razão????
“Ninguém aqui precisa ser agradável. O mau humor é tolerado, desde que não interfira no desempenho”. O mau humor de um colaborador pode ser tolerável quando esse não prejudicar o andamento do trabalho? Trabalhar com pessoas bem humoradas faz com que nosso rendimento aumente, ou que gastemos mais tempo com conversas ou algo do tipo?
Se criarmos um vínculo afetivo e pessoal com a empresa, isso pode trazer bons ou maus resultados? Como será quando tivermos que demitir um funcionário que transformou a empresa em parte de sua identidade pessoal?
Outro ponto que Judith pega pesado é quanto ao trabalho em equipe. Ela acredita que “o espírito de equipe leva os funcionários a pensar que outra pessoa fará o trabalho no lugar deles”. Sabemos bem que um grupo bem articulado agiliza e muito os processos de uma empresa e não deixa espaço para que ninguém se livre de suas funções. Mas todos sabemos que a criatividade é algo solitário e que quando temos rotinas de trabalho muito bem controladas por funcionários individualmente, dificilmente é necessário distribuir os afazeres em uma equipe. Mais uma polêmica!
E pra encerrarmos, segundo ela, em síntese, “Os chefes mandam, e ponto final”. Sem essa de líderes coercitivos que distribuem ordens como se estivesse jogando cartas de baralho e exigem obediência imediata. Entretanto conseguem instaurar um clima negativo adotando uma postura totalmente ríspida. Sabe-se que é muito difícil obter espaço para uma postura coercitiva na prática. Enfim, para resumirmos, Judith Mair idealiza: “Na nossa agência, a motivação dos empregados é saber que, depois do expediente, eles estarão livres para aproveitar a própria vida sem se preocupar com o trabalho”. E ai??? O que acham????